19 de julho de 2010

RAFAEL BORDALO PINHEIRO


Rafael Bordalo Pinheiro aos 25 anos. Fotografia de Loureiro, 1871. "Parodia: Comedia Portugueza", 3º Ano, nº 107, Lisboa, 10.2.1905

Rafael Bordalo Pinheiro… Genuinamente português por constituição e por temperamento, de olhos pretos, nariz grosso, cabelo crespo, tendendo para a obesidade, ele é um sensual, um voluptuoso, um dispersivo, um desordenado. Uma das mais belas virtudes que ele não tem, é a que consiste em vencer os impulsos da natureza. Desgraçadamente, observa-se com frequência que os homens rígidos, que mais exemplarmente triunfam das próprias paixões, não triunfam de mais nada.
  Ramalho Ortigão, 1891

Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) revelou-se um espírito brilhante, ímpar de criatividade, que aplicou a uma contínua intervenção atenta e crítica à vida portuguesa. Permanecem de surpreendente actualidade os seus comentários à política, à economia, à sociedade da época, nas revistas de caricatura e humor que editou, atitude que não raro reflectiu na cerâmica que, a partir de 1884, logra revitalizar nas Caldas da Rainha.
Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro nasce na Rua da Fé, em Lisboa, aos 21 de Março de 1846, terceiro filho duma extensa prole de doze irmãos, a quem se seguiria o célebre retratista Columbano (1857-1929). Foram seus pais o pintor romântico Manuel Maria Bordalo Pinheiro (1815-1880) e D. Maria Augusta do Ó Carvalho Prostes. …

Matilde Tomaz do Couto
MM

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