29 de outubro de 2010

A BEM DA NAÇÃO, DESPACHEM-SE

Com esta imagem de 1892, em que o Rafael Bordalo Pinheiro tenta mostrar como todos estavam preocupados com o estado do pais, para em roda pé afirmar que todos o veem pelos olhos do Mestre Zé Dias. Eu, que tenho brincado um pouco com esta situação, já começo a ficar preocupado, não ainda com as consequências do orçamento, mas sim com a forma como a opinião pública está a ser bombardeada com imensas e variadas opiniões, muitas delas parecendo grandes disparates. Se, naquele tempo, só o mestre Zé Dias tinhas olhos para o estado da nação, o que não era nada plural, pelo contrário, hoje, são tantos os que se perfilam a comentar a situação, que, apesar de podermos escutar inúmero pontos de vista, estamos a ficar intoxicados ou traumatizados ao ponto de, mesmo que tenhamos orçamento, já não teremos cabeça para o aturar. Por outro lado, os que estão com as mãos no orçamento, ou seja os partidos políticos, formam dois blocos distintos, um composto pelos partidos que são contra todos os orçamentos e logicamente seriam contra este, a declararem frontalmente que vão votar contra e os restantes que só nos dizem meias coisas e já nos estão a enervar ao ponto desejarmos, 24 horas por dia, que houvesse eleições.
A bem da Nação, deixem passar a expressão, despachem-se em favor do interesse nacional e deixem de pensar no jogo partidário. Nem ao fundo do túnel se houve falar de ideologias, então o que os impede de colocarem os interesses nacionais à frente de tudo?
Às vezes ficamos com a ideia de que os partidos só pensam no interesse nacional nas campanhas eleitorais, se pensam! 
MM

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