desenho de Mestre Maduro Dias, projectista do monumento
CRUZEIRO DA INDEPENDÊNCIA
Falar do Pico Matias Simão, é recordar o monumento ali erigido em 1940, cuja inauguração ocorreu a 8 de Dezembro. Este monumento assinala as comemorações dos centenários; a saber, 8 séculos da fundação de Portugal e 3 séculos da Restauração da Independência após o domínio espanhol.
O Revdo. Dr. Manuel Cardoso de Couto, cuja biografia contamos publicar em breve foi o homem da ideia, mestre Maduro Dias o projectista e Monsenhor Inocêncio Enes o líder da obra, que foi suportada pelo altarenses residentes e emigrados.
A laboriosa população da vasta e progressiva freguesia dos Altares esteve em festa no último domingo - 8 de dezembro - festa que inundou todos os corações de lídimos sentimentos de exaltação cristã e patriótica e que decorreu num ambiente de elevada espiritualidade.
O povo dos Altares inaugurou nesse dia com a solenidade própria do ato o seu Cruzeiro da Independência com que magnificamente se associou ás comemorações nacionais do oitavo centenário da Fundação e do terceiro centenário da independência de Portugal.
Ideia nobre e generosa do nosso ilustre Diretor revdº. sr. Dr. Manuel Cardoso do Couto, distinto filho dos Altares, que, com a decisão e boa vontade que o caracterizam lhe deu vulto e tornou consoladora realidade - teve o mais caloroso apoio não só do digno Pároco daquela freguesia revdº. sr. Padre Inocêncio Enes mas de toda a população que unanimemente louvou e aplaudiu a bela iniciativa do seu querido conterrâneo.
A Natureza associou-se ao júbilo dos altarenses, proporcionando-lhes um dia magnífico, um daqueles belos dias de sol que tanto caracterizam a quadra outonal das nossas ilhas,
As solenidades deste dia que fica inscrito a letras de oiro na história da freguesia dos Altares, começaram pela festa em honra de Nossa Senhora da Conceição que foi precedida de triduo com praticas.
De manhã. houve numerosa comunhão geral.
A missa solene foi cantada pelo revdº. Pároco sr. Padre Inocência Enes. acolitado pelos revdºs. srs. Padre António da Costa Moules, Pároco dos Biscoitos e Padre José Gonçalves Toledo, dedicado altarense.
Ao Evangelho pregou o revdº. sr. dr. Cardoso do Cauto. Serviu de mestre de cerimónias o revdº. sr. Padre Henrique Pamplona.
A música foi otimamente desempenhada pela capela da freguesia, coadjuvada por um grupo de sacerdotes.
A igreja que estava apinhada de fiéis, encontrava-se ornamentada com gosto e brilho.
A chegada do exmo. Governador foi assinalada com o estralejar de muitos foguetes, tendo nessa ocasião a banda de música da freguesia executado o seu hino.
Organizou-se em seguida o cortejo. indo à frente as crianças da Cruzada Eucarística e filiados da Acção Católica. Fechava-o uma compacta massa de povo.
Durante o trajeto a banda executou lindos ordinários.
Dirigiu-se o cortejo para o Pico de Matias Simão onde se ergue o Cruzeiro e de onde se desfruta um dos mais surpreendentes e deslumbrantes panoramas que a nossa terra oferece.
No célebre Pico que domina a fértil freguesia dos Altares, já se encontravam aguardando o cortejo milhares de pessoas, não só da freguesia, mas das do Raminho e Biscoitos que quiseram associar-se à bela demonstração de Fé e patriotismo dos altarenses. nele se incorporando o exmo. sr. dr. Ramiro Machado, Presidente da Junta Geral bem como sua exma. Esposa.
Dificilmente o cortejo avança por entre a compacta multidão até chegar junto do Cruzeiro que, embora não estivesse ainda concluído, deixava já que pudéssemos apreciar e avaliar bem o alto sentido de religiosidade e nacionalismo que Maduro Dias lhe soube imprimir.
A inauguração começou pela benção do Cruzeiro a que procedeu o revdº. sr. dr. Couto que em seguida pronunciou um entusiástico discurso em que deixou falar o seu coração de altarense para dar os parabéns primeiramente ao rever. Vigário que com tanto ardor se empenhara para que se levantasse aquele Cruzeiro e impulsionara o povo da freguesia ao ponto de ali se encontrar na sua grande maioria a tomar parte naquele ato festivo; e depois à população dos Altares pelo belo exemplo que assim legava aos vindouros.
Prosseguindo o ilustre orador fez judiciosas e eloquentes considerações sobre o significado dos Cruzeiros e terminou por agradecer às Exmas. Autoridades a sua comparência àquele ato que com a presença de suas exªs. se revestia de melhor brilho e solenidade.
Seguiu-se: o Hino Jocista (canto); a poesia «Cruzeiro da nossa terra», da autoria do Padre Moreira das Neves, recitada pela menina Maria da Conceição Couto com muita expressão e naturalidade e o cântico «Nós somos jovens».
Levanta-se em seguida o sr. dr. Valadão. O seu discurso, belo na forma e no conceito. foi um maravilhoso hino à Cruz da qual dimane uma força estranha que tudo vence e tudo domina, essa Cruz que há dois mil anos era o símbolo da ignomínia e que o sacrifício inaudito. as dores inenarráveis, e as afrontas e vitupérios pacientemente suportados por um Homem transformou em símbolo de Fé que arrasta as multidões e dá a força e a energia para os maiores cometimentos.
O sr. dr. Valadão foi calorosamente aplaudido. Em continuação do programa seguiram-se os seguintes números: «p'ra frente restaurar» (cântico); Saudação à Cruz», poesia da autoria do Padre Rocha de Sousa, recitada pela menina Maria Ilda Gomes;
Hino da L. A. C. F.;
«A Cruz mutilada», poesia recitada pela menina Odete Esteves;
«Hino ao Sol» (cântico);
Diálogo pelas meninas Terezinha Lopes e Glória Xavier ;
Aldeias de Portugal (cântico). .
Todos estes números foram muito bem desempenhedos, e as crianças que recitaram fizeram-no com graça e vivecidade.
A instâncias do sr. Padre Inocêncio o sr. dr. Ramiro Machado pronunciou também algumas palavras Feliz e graciosa alocução como todas as que sua exª. tem o condão de improvisar. prendeu por alguns momentos todas as atenções. Quando o sr. dr. Ramiro terminou, uma calorosa salva de palmas demonstrou expressivamente o agrado com que fôra ouvido.
Mais dois cânticos: a «Canção de Porlugal» e o hino sempre empolgante «Salvé nobre padroeira».
E assim terminou o programa da inauguração do Cruzeiro da Independência que ali fica, no Pico de Matias Simão, a dizer às gerações futuras que o povo dos Altares, neste ano das comemorações centenárias do nosso Portugal soube dar um alto testemunho da sua acrisolada fé e do seu firme patriotismo, acolhendo com o maior carinho a ideia da ereção do mesmo Cruzeiro sugerida pelo Sr., Dr. Manuel Cardoso do Couto.
Todos os oradores tiveram palavras do melhor apreço para Maduro Dias. Artista de méritos invulgares que, como já tivemos ocasião de dizer, esta sempre pronto a dar a sua brilhante colaboração a todas as manifestações de arfe. E quando Maduro Dias apareceu junto do Cruzeiro - já a meio da execução do programa, justamente na ocasião em que o sr. dr. Valadão se lhe referia, se a memória nos não falha acompanhado do distinto engenheiro sr. Custódio Rosado Pereira a cuja ação também muito deve aquele cruzeiro, a multidão acolheu-o com uma calorosa ovação, que bem traduz o apreço e admiração que todas as classes sociais lhe dispensam.
A essa manifestação nos associamos gostosamente e, terminando, não queremos deixar de felicitar vivamente o sr. dr. Cardoso do Couto, nosso ilustre e querido Diretor que, bem o sabemos, dedicou ao levantamento do Cruzeiro dos Altares todo o seu empenho, energia e boa vontade, largamente compensados pela satisfação que sentiu domingo ao ver coroado de pleno êxito o seu desejo; bem como o nosso bom amigo sr. Padre Inocêncio Enes que tanto se interessou para que se tornasse realidade a magnifica iniciativa do sr. dr. Couto. e ainda a população altarense pela forma tão digna e eloquente como se associou às Festas Centenárias.
MM
O CRUZEIRO DA INDEPENDÊNCIA
FOI INAUGURADO NA FREGUESIA DOS
ALTARES, COM UMA FESTA CHEIA DE
ELEV ADA ESPIRITUALIDADE
A laboriosa população da vasta e progressiva freguesia dos Altares esteve em festa no último domingo - 8 de dezembro - festa que inundou todos os corações de lídimos sentimentos de exaltação cristã e patriótica e que decorreu num ambiente de elevada espiritualidade.
O povo dos Altares inaugurou nesse dia com a solenidade própria do ato o seu Cruzeiro da Independência com que magnificamente se associou ás comemorações nacionais do oitavo centenário da Fundação e do terceiro centenário da independência de Portugal.
Ideia nobre e generosa do nosso ilustre Diretor revdº. sr. Dr. Manuel Cardoso do Couto, distinto filho dos Altares, que, com a decisão e boa vontade que o caracterizam lhe deu vulto e tornou consoladora realidade - teve o mais caloroso apoio não só do digno Pároco daquela freguesia revdº. sr. Padre Inocêncio Enes mas de toda a população que unanimemente louvou e aplaudiu a bela iniciativa do seu querido conterrâneo.
A Natureza associou-se ao júbilo dos altarenses, proporcionando-lhes um dia magnífico, um daqueles belos dias de sol que tanto caracterizam a quadra outonal das nossas ilhas,
As solenidades deste dia que fica inscrito a letras de oiro na história da freguesia dos Altares, começaram pela festa em honra de Nossa Senhora da Conceição que foi precedida de triduo com praticas.
De manhã. houve numerosa comunhão geral.
A missa solene foi cantada pelo revdº. Pároco sr. Padre Inocência Enes. acolitado pelos revdºs. srs. Padre António da Costa Moules, Pároco dos Biscoitos e Padre José Gonçalves Toledo, dedicado altarense.
Ao Evangelho pregou o revdº. sr. dr. Cardoso do Cauto. Serviu de mestre de cerimónias o revdº. sr. Padre Henrique Pamplona.
A música foi otimamente desempenhada pela capela da freguesia, coadjuvada por um grupo de sacerdotes.
A igreja que estava apinhada de fiéis, encontrava-se ornamentada com gosto e brilho.
***
Cerca das 3 horas da tarde reuniram-se no largo da. igreja o exmo. Governador substituto do Distrito, sr. dr. Francisco Lourenço Valadão Jr., o exmo. Director da Secretaria Notarial. sr. dr. Henrique Braz, o exmo capitão do Porto e Comandante da. Legião Portuguesa, sr. 1º. tenente Eduardo Augusto da Costa Cabral Metzener, os revdºs. srs. dr. Manuel Cardoso do Couto, Padre José Gonçalves Toledo, Padre Henrique Pamplona, Padre Artur Botelho de Paiva, Padre António da Costa Moules, Padre José da Costa, Padre António Pereira Rodrigues, Padre Inocéncio Enes, Padre Ivo Berbereia, o sr. Gregório N. Ferreira, também dedicado filho dos Altares, e o Chefe da Redação deste jornal.A chegada do exmo. Governador foi assinalada com o estralejar de muitos foguetes, tendo nessa ocasião a banda de música da freguesia executado o seu hino.
Organizou-se em seguida o cortejo. indo à frente as crianças da Cruzada Eucarística e filiados da Acção Católica. Fechava-o uma compacta massa de povo.
Durante o trajeto a banda executou lindos ordinários.
Dirigiu-se o cortejo para o Pico de Matias Simão onde se ergue o Cruzeiro e de onde se desfruta um dos mais surpreendentes e deslumbrantes panoramas que a nossa terra oferece.
No célebre Pico que domina a fértil freguesia dos Altares, já se encontravam aguardando o cortejo milhares de pessoas, não só da freguesia, mas das do Raminho e Biscoitos que quiseram associar-se à bela demonstração de Fé e patriotismo dos altarenses. nele se incorporando o exmo. sr. dr. Ramiro Machado, Presidente da Junta Geral bem como sua exma. Esposa.
Dificilmente o cortejo avança por entre a compacta multidão até chegar junto do Cruzeiro que, embora não estivesse ainda concluído, deixava já que pudéssemos apreciar e avaliar bem o alto sentido de religiosidade e nacionalismo que Maduro Dias lhe soube imprimir.
A inauguração começou pela benção do Cruzeiro a que procedeu o revdº. sr. dr. Couto que em seguida pronunciou um entusiástico discurso em que deixou falar o seu coração de altarense para dar os parabéns primeiramente ao rever. Vigário que com tanto ardor se empenhara para que se levantasse aquele Cruzeiro e impulsionara o povo da freguesia ao ponto de ali se encontrar na sua grande maioria a tomar parte naquele ato festivo; e depois à população dos Altares pelo belo exemplo que assim legava aos vindouros.
Prosseguindo o ilustre orador fez judiciosas e eloquentes considerações sobre o significado dos Cruzeiros e terminou por agradecer às Exmas. Autoridades a sua comparência àquele ato que com a presença de suas exªs. se revestia de melhor brilho e solenidade.
Seguiu-se: o Hino Jocista (canto); a poesia «Cruzeiro da nossa terra», da autoria do Padre Moreira das Neves, recitada pela menina Maria da Conceição Couto com muita expressão e naturalidade e o cântico «Nós somos jovens».
Levanta-se em seguida o sr. dr. Valadão. O seu discurso, belo na forma e no conceito. foi um maravilhoso hino à Cruz da qual dimane uma força estranha que tudo vence e tudo domina, essa Cruz que há dois mil anos era o símbolo da ignomínia e que o sacrifício inaudito. as dores inenarráveis, e as afrontas e vitupérios pacientemente suportados por um Homem transformou em símbolo de Fé que arrasta as multidões e dá a força e a energia para os maiores cometimentos.
O sr. dr. Valadão foi calorosamente aplaudido. Em continuação do programa seguiram-se os seguintes números: «p'ra frente restaurar» (cântico); Saudação à Cruz», poesia da autoria do Padre Rocha de Sousa, recitada pela menina Maria Ilda Gomes;
Hino da L. A. C. F.;
«A Cruz mutilada», poesia recitada pela menina Odete Esteves;
«Hino ao Sol» (cântico);
Diálogo pelas meninas Terezinha Lopes e Glória Xavier ;
Aldeias de Portugal (cântico). .
Todos estes números foram muito bem desempenhedos, e as crianças que recitaram fizeram-no com graça e vivecidade.
A instâncias do sr. Padre Inocêncio o sr. dr. Ramiro Machado pronunciou também algumas palavras Feliz e graciosa alocução como todas as que sua exª. tem o condão de improvisar. prendeu por alguns momentos todas as atenções. Quando o sr. dr. Ramiro terminou, uma calorosa salva de palmas demonstrou expressivamente o agrado com que fôra ouvido.
Mais dois cânticos: a «Canção de Porlugal» e o hino sempre empolgante «Salvé nobre padroeira».
E assim terminou o programa da inauguração do Cruzeiro da Independência que ali fica, no Pico de Matias Simão, a dizer às gerações futuras que o povo dos Altares, neste ano das comemorações centenárias do nosso Portugal soube dar um alto testemunho da sua acrisolada fé e do seu firme patriotismo, acolhendo com o maior carinho a ideia da ereção do mesmo Cruzeiro sugerida pelo Sr., Dr. Manuel Cardoso do Couto.
Todos os oradores tiveram palavras do melhor apreço para Maduro Dias. Artista de méritos invulgares que, como já tivemos ocasião de dizer, esta sempre pronto a dar a sua brilhante colaboração a todas as manifestações de arfe. E quando Maduro Dias apareceu junto do Cruzeiro - já a meio da execução do programa, justamente na ocasião em que o sr. dr. Valadão se lhe referia, se a memória nos não falha acompanhado do distinto engenheiro sr. Custódio Rosado Pereira a cuja ação também muito deve aquele cruzeiro, a multidão acolheu-o com uma calorosa ovação, que bem traduz o apreço e admiração que todas as classes sociais lhe dispensam.
A essa manifestação nos associamos gostosamente e, terminando, não queremos deixar de felicitar vivamente o sr. dr. Cardoso do Couto, nosso ilustre e querido Diretor que, bem o sabemos, dedicou ao levantamento do Cruzeiro dos Altares todo o seu empenho, energia e boa vontade, largamente compensados pela satisfação que sentiu domingo ao ver coroado de pleno êxito o seu desejo; bem como o nosso bom amigo sr. Padre Inocêncio Enes que tanto se interessou para que se tornasse realidade a magnifica iniciativa do sr. dr. Couto. e ainda a população altarense pela forma tão digna e eloquente como se associou às Festas Centenárias.
MM
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